1. Videolapatoscopia
Chamamos de Cirurgia Minimamente Invasiva a cirurgia que não se utiliza dos grandes cortes que sempre caracterizaram um ato cirúrgico. Invadir de forma mínima, para nós cirurgiões, significa uma série de medidas para tornar a cirurgia menos traumática e o mais confortável possível para o paciente. Durante muito tempo, quando alguém precisava ser operado, não se sabia muito bem o que iria acontecer. Quantos dias de internação, qual a real possibilidade de complicações, quantas semanas ou até meses para se voltar a trabalhar ou ter de volta uma vida normal.
Nas últimas décadas, foram feitos grandes esforços justamente para melhorar a previsibilidade de uma cirurgia, diminuir suas chances de complicações e de sequelas e aumentar sua efetividade. Talvez o maior dos passos nesta direção tenha sido a adaptação da tecnologia do vídeo para a cirurgia, ou seja, operar sem abrir, observando o que se passa dentro do corpo através da imagem captada por uma câmera e transmitida numa tela de TV.
Por ser menos invasivo do que procedimentos que exigem incisões maiores, a cirurgia de videolaparoscopia apresenta uma série de benefícios. As principais vantagens desse procedimento quando comparado à cirurgia convencional aberta são:
· Menor período de internação hospitalar;
· Período de recuperação pós-operatório mais rápido;
· Menos dor e sangramento no período pós-operatório;
· Incisões cirúrgicas menores.
A videolaparoscopia é realizada sob anestesia geral. Portanto, as pacientes não sentem nenhum quadro de dor durante a realização do procedimento e tendem a receber uma alta hospitalar mais precoce.
Durante a cirurgia, o cirurgião realizará pequenas incisões cirúrgicas na parede abdominal (medindo cerca de 1,0 – 1,5 cm). Por meio dessas incisões são inseridas as óticas, pequenos instrumentos cirúrgicos (pinças) e um tubo pelo qual é introduzido um gás, o dióxido de carbono dentro da cavidade abdominal.
O objetivo da introdução do gás carbônico é distender a cavidade abdominal para promover um aumento na visibilidade das estruturas e proporcionar um maior espaço para o cirurgião realizar qualquer tipo de manipulação cirúrgica.
Após a cirurgia, o gás é retirado da cavidade abdominal e as pequenas incisões cirúrgicas são suturadas. Geralmente, a alta hospitalar pode ser dada no mesmo dia ou no dia seguinte ao procedimento cirúrgico.
1. Robótica
Diferente do que pensam, a cirurgia robótica minimamente invasiva, NÃO é feita através da programação de um robô. Ou seja, ele não executa o procedimento de modo autônomo.
Na verdade, o robô apenas segura os instrumentos cirúrgicos e a câmera. Um cirurgião auxiliar fica junto ao paciente (ao lado do robô) e o cirurgião principal fica sentado em um console. Que fica dentro da sala cirúrgica a alguns metros do paciente e controla os movimentos do robô.
A visão que o cirurgião tem do campo operatório é tridimensional e a câmera é controlada pelo próprio cirurgião, o que garante um posicionamento sempre adequado e ótima definição de profundidade.
Além disso, o robô reproduz os movimentos das mãos do cirurgião, garantindo uma ampla liberdade de movimento e mesmo que o médico tenha um pequeno, tremor, isso é filtrado e não é transmitido ao robô.
Isso significa que a cirurgia robótica tem todas as vantagens da laparoscopia e ganhos adicionais em termos de qualidade de visão, liberdade e delicadeza de movimentos, garantindo uma cirurgia muito mais precisa.
Benefícios da cirurgia robótica
– Redução do tempo de cirurgia e menor risco de complicaçõe
– Recuperação mais rápida do paciente, com isso, é menor o tempo de internação.
– Redução do risco de sangramento.
– Utilização do software robótico, que possibilita avaliar o suprimento de sangue em um órgão e rastrear linfonodos com possíveis disseminações do câncer.
Os médicos também têm vantagens com o uso do robô. Além de poderem operar casos mais complexos, em que alcançam áreas que até então eram de difícil acesso por outros métodos, eles também têm uma visualização em 3D com um aumento de até 15 vezes a área operada.
O robô tem pinças em seus braços mecânicos com a capacidade de rotação e movimentação muito maior que as pinças convencionais. Outro benefício é a melhor ergonomia para o cirurgião, que otimiza a performance do especialista e garante menor fadiga e maior eficácia em cirurgias mais longas.